Posted by : Monik Ornellas


Muitas pessoas querem só um pouquinho de consciência, só a cabecinha, estupro de mudança? Não rola!

Unidinitê salamemiguê....


Nessa vibe, muita gente pede “solução”, “mudança”, mas sem querer abrir mão de nada, sem fazer sua parte, sem mudar, sem colocar a mão na massa... Como assim? Minha pergunta é sempre essa: Como assim? Como assim, a situação tá ruim, o barco tá afundando, mas ainda assim, ninguém deseja pular fora?

Se você não pode lutar por sua vida, acaba sendo um suicida natural, mesmo que não tenha se enforcado ou cortado os pulsos. Existem outras formas metafóricas, sutis e tão eficazes quanto, de se fazer isso com maestria.

Nessa pegada, a galera medra e ninguém sai do lugar, uns tomam a pílula do congelamento, outros pedem consciência em gotinhas diluídas em litros: “eu quero melhorar, mas só um pouquinho, sem muito impacto, sem incomodar, sem que ninguém perceba, sabe como é?”. Sei.

Não escolher é uma escolha. Uma grande escolha, por sinal!

Uma das vilãs da não escolha é a máxima “você é fruto do meio”. É sim, se assim você escolher, caso contrário, você muda as regras do seu jogo e começa a jogar os dados e funcionar dentro dos ilimitados potenciais de cada caída deles. Isso sim é divertido!

Eu poderia citar um sem número de situações de quando passamos o bastão da escolha para o “meio", tal como:

“Quando eu tiver dinheiro eu vou à, para, comprar, fazer, ser, ter, sentir.......”, “se minha tia, pai, prima, namorado, amante, vizinho, não saírem, ficarem, adoecerem, melhorarem, morrerem, aceitarem, forem.... eu vou, volto, saio, fico, me divirto, faço sexo, olho a lua ou morro”, “se o time de futebol, o emprego, o carro, a rua, o governo ou o tempo colaborarem eu vou sorrir, viajar, ser feliz, me acalmar, ter paciência, ser honesto”... quem sabe? Aguarde a decisão deles. Espere como um bom menino ou moçinha e quem sabe um dia você será qualquer uma das hipóteses acima, ou, nenhuma delas. Vá saber!


Toda vez que escuto essas frases automaticamente me vêm à mente aquele boneco João-bobo, conhece? Ele é total produto do meio, se não for bolinado, nada acontece, uma chulapa nele e a felicidade reluz em balanços convulsivos com um sorriso permanente nos lábios.

A diferença básica entre escolher e não escolher é que quando eu escolho tudo à minha volta se movimenta como engrenagens-universais-indefiníveis para que aquilo que eu escolhi (em todos os níveis mental, emocional, etc) se faça presente. Uma escolha abre a premissa para milhões de outras escolhas subseqüentes e não tem fim, vamos refinando cada vez mais a coisa, até ficarmos experts em sermos aquele que dá a nota da movimentação das peças, ou, quando da não escolha, nos tornamos engessados no papel da peça, que se movimenta sem a menor consciência ou interesse de quem está jogando.

Todos têm TOTAL direito à não escolha, TOTAL. 

Só leia as letras pequeninhas dela: não escolher significa continuar nadando nas mesmas águas, pegando ondas conhecidas e previsíveis, como se estivesse num filme que se repete continuamente. Por um ímpeto natural do ser humano, com o tempo, o não exercício da criatividade e a não exploração da vida que há dentro de nós nos leva à tristeza, à depressão e à uma visão torpe da “vida” matando o desejo e a beleza de escolher como se deseja realmente viver .

Leva-se uma vida inteira de não escolha para alcançar seu maior objetivo que é: Culpar seu pai, marido, mãe, amante, dinheiro, chefe, filhos, governo ou inimigo por não ter sido feliz, corajoso, sincero, impetuoso, um viajante, arrojado ou simplesmente não ter gozado de tudo e de todas as formas.

Conclui-se que o grande problema universal com relação à escolha consciente, não é uma dificuldade no ato de apontar o dedo na direção do que se deseja, mas sim, de arcar com as responsabilidades e consequências naturais disso.

Cada escolha, novas impressões no Universo.

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