Posted by : Monik Ornellas


Tudo que há de conceito, pré-conceito, tendência, advertência, medo, tabu, resistência, sofrimento, discriminação é baseado na porcaria do passado. Por que dele foram tirados os conceitos, as idéias, as pré-concepções de como as coisas foram, são ou sempre serão.


Quando se vive pela tutela e aprovação do passado 
sobra pouca abertura para um novo, realmente novo.

O universo é de uma inteligência fenomenal! Se não tivéssemos a santa oportunidade de nascer como bebezinhos indefesos, lindos, fofos e “entre aspas – zero bala”, seríamos velhotes centenários resmunguentos e cheios de conceitos arcaicos com um bando de pseudo-sabedoria. Que por sinal, sabedoria é outra coisa tosca.

Mas o passado, bem... puf!... com base no passado nós basicamente, julgamos as pessoas e a nós mesmos. Aliás, nós julgamos as pessoas com base no NOSSO passado pessoal ignorando o histórico do passado dela, é muito tosco isso! 

Se uma pessoa comete um erro - rouba, mata, estupra - mesmo que ela seja julgada e cumpra décadas de ‘pena’ por seu delito, mesmo saindo do seu período de “castigo”, ela continuará pagando por algo que fez ou foi. Muito difícil que nós como sociedade possamos "perdoá-la", assim, ela não consegue a oportunidade ser ou fazer de uma forma diferente. Às vezes penso que após a conclusão de pena, não só o indivíduo como sua ficha deveriam ser apagados (no sentido cerebral ok? Não no de matar o cara). Porque? Porque muitos continuam se penitenciando pelo que fizeram e constroem uma vida medíocre por causa disso, além serem continuamente julgados e avaliados por aqueles que os cercam diariamente, é como se a pena nunca acabasse. 

Esse exemplo das pessoas que são presas é pra mim um grande exemplo pra tudo que o passado significa: NADA. Porquê? Mais uma vez: Quando se vive pela tutela e aprovação do passado sobra pouca – ou nenhuma- abertura para um novo, realmente novo.

Você faz uma faculdade e vai se intular doutor-de-num-sei-o-quê o resto da vida, motivo de orgulho. Bom passado, ou não. Às vezes ser doutor-de-num-sei-o-quê não deixa muito espaço para sermos outra coisa além disso, principalmente quando gostaríamos de sê-lo.

Alguns passados são bons e dão frutos, mas seria muito legal que esses frutos não fossem ligados aos acontecimentos do passado, pois eles perdem a liberdade e às vezes a identidade de uma vida própria. 

Alguns passados são fonte de mágoas, daqueles tipos que deixaram marcas, tem também aqueles que marcam como brasa quente e a pessoa não consegue se livrar da imagem construída. 

Acho que qualquer tipo de passado é limitante quando lhe atribuímos nossa identidade, tenha sido ele "bom ou ruim".

Se você foi um preso, você está marcado pelo seu passado?
Se foi prostituta, idem?
Político, Assassino, desertor, péssima mãe, pai ausente, filho mal agradecido, estrela da escola, gatinha-que-sai-com-todo-mundo, pegador-comedor, magra, ladrão, maconheiro.......

A verdade é que muito poucas pessoas acreditam na transformação do ser humano, muito pouco se crê que a experiência de algo leve um ser à sua transformação e crescimento. É como se fôssemos batatas quentes ao invés de humanos.

Eu vivo sobre a premissa de vidas re-encarnatórias, logo, aqui nesse planeta não há um ser que seja, que não tenha matado ou sido morto (estrangulado, esquartejado, estuprado, empalado e bota criatividade na forma de acabar com o outro aí), logo, ninguém é inocente e por conseqüência óbvia, ninguém tem cacife pra julgar ninguém, todos temos fichas “sujas’. Masss, TODOS também ganhamos o benefício do esquecimento, portanto, todo mundo se acha dono da verdade, tal como eu, rs.

Ainda seguindo essa linha da re-encarnação, muitos de nós continuamos pagando pena por coisas que fizemos há trilênios atrás, mas não NOS perdoamos, nada a ver com “Deus” (que por sinal esse cara já deve estar de saco cheio de pagar pato de quem não se assume), dessa forma temos um bando de gente pobre, medíocre ou como muitos de nós “devedores” (financeiros), pois não nos acharmos merecedores de uma vida próspera, por ter cometido esse ou aquele erro que está  láaaaa na linha de um passado longínquo não linear, mas que pesa na consciência inconsciente de cada um de nós.


A permanência e a repetição de um passado que vive batendo à nossa porta, está ancorada naquela dificuldade de auto-perdão. Parece simples, mas é uma das coisas mais difíceis de fazermos devido a construção do conceito: "erros X pagamento desses erros". Assim, perdoar-se não é uma opção disponível, mesmo que possamos aprender muito tempo depois, que esta escolha sempre esteve ali.

Eu queria dar Ctrl+T e apertar um delete nessa porra toda!

3 Responses so far.

  1. Gostei deste post
    Obrigada
    :))

  2. Vilma says:

    Eu também queria apertar o delete, mas o fato é que... não dá pra fazer isso. Curioso notar que, ainda que já tenhamos experimentado o poder e a disponibilidade do autoperdão, vez por outra vem a dor e ainda conseguimos esquecer disso tudo. Felizmente seu texto veio em boa hora e me lembrou dessa possibilidade. Muito obrigada.

  3. Eu quem agradeço Vilma, volte sempre.
    Abraço!

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